Um filme sobre a luta de uma mulher que deseja entender por que tantas pessoas em sua família apresentam câncer.

Aproveitando a campanha “Outubro Rosa”, que busca conscientizar sobre a importância de exames de rastreamento para câncer de mama, inauguro a sessão “Genética e Cinema” no blog com o filme “Unidas pela Vida”.

A história do filme

Annie Parkes é uma mulher marcada pela perda precoce de sua mãe e de sua irmã, ambas pelo diagnóstico de câncer de mama. Essa situação faz com que Annie se preocupe em também desenvolver câncer de mama. Assim, Annie passa a fazer rastreamento constante de suas mamas, até que descobre que também tem a doença.

No entanto, ao invés de simplesmente encarar como uma maldição familiar, Annie quer entender por que tantas mulheres em sua família tem câncer. Assim, ela faz contato com a pesquisadora Mary-Claire King que investigava causas hereditárias para o câncer de mama.

A história de Annie, assim como de outras famílias afetadas pelo câncer de mama, ajuda dra King a identificar a causa genética do câncer de mama. Por sua vez, a pesquisa de Mary-Claire traz novo sentido ao que parecia ser um grande mal.

O filme conta a história de uma forma leve e sensível.

Porque a pesquisa de Mary-Claire King é tão importante?

O gene BRCA1 foi um dos primeiros identificados que está associado a câncer de hereditário e o primeiro associado a câncer de mama. A sigla BRCA é a junção das palavras em inglês BReast CAncer (câncer de mama). Alguns anos depois, o gene BRCA2 foi identificado.

Esta pesquisa foi a semente do que é feito na atualidade para famílias com câncer hereditário. A descrição dos casos familiares permitiu caracterizar o risco que pessoas com mutações nestes genes tem de desenvolver diversos tipos de câncer. Além disso, o desenvolvimento de protocolos para rastreamento de câncer e medidas redutoras de risco aumentou o número de diagnósticos precoces de tumor e diminuiu a chance de o câncer ocorrer.

Uma nova fase do progresso científico chegou nos últimos anos, com medicações para o tratamento de câncer de mama, ovário, próstata e pâncreas em pessoas com mutação em BRCA1 ou BRCA2. As medicações do grupo inibidores da PARP tem mostrado bons resultados nos pacientes com determinados tumores, ressaltando ainda mais a importância do teste genético de BRCA nos casos de câncer de mama, ovário, pâncreas e próstata.

Ficou curioso? O trabalho original desta importante cientista pode ser encontrado aqui.

Referências

Bochum S, Berger S, Martens UW. Recent Results Cancer Res. 2018; 211:217-233.

Hall JM, Lee MK, Newman B, Morrow JE, Anderson JE, Huey B, King MC. Linkage of early-onset familial breast cancer to chromosome 17q21. Science. 1990; 250:4988: 1684-1689.


Para ir mais fundo

Câncer de mama é genético?

 

O conteúdo deste blog tem o objetivo de difundir a informação científica que está em constante atualização. Estas informações não substituem a avaliação médica.